quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Direitos Humanos

Os direitos humanos são o efeito de um processo histórico de luta e negociações com entidades, movimentos sociais e governos.  Eles incorporam:  

• O direito à terra e uma renda da terra aos pequenos proprietários e trabalhadores do campo; 
• O direito ao trabalho e a remuneração para a manutenção material e cultural das suas famílias;
• O direito à habitação, ao saneamento e aos bens domésticos;
• O direito à alimentação; 
• O direito à saúde física e mental; 
• O direito à educação pública e de qualidade; 
• O direito à independência e à autodeterminação dos povos, nações e grupos étnicos; 
  • O direito à liberdade de movimento, de expressão e de orientação sexual; 
• O direito à democracia e à participação política efetiva; 
• O direito à justiça e à igualdade; 
• O direito à paz e à felicidade.

  

quarta-feira, 31 de julho de 2013

História da educação



A educação é uma atividade fundamental do ser humano e tem início ao mesmo em que o homem se constituiu um animal diferenciado que não somente se adapta a natureza, mas a altera para si. Para tirar proveito da natureza e adapta-la as suas necessidades e vontades o homem precisa aprender a manusear, a cultivar, a criar artefatos, neste processo educativo ele constitui sua existência e natureza.
Nas sociedades primitivas, onde a terra, a comida, eram comungadas entre todos em conjunto com a natureza as aprendizagens necessárias a sobrevivência se davam na própria vida. A educação coincidia com este processo.

A apropriação privada da terra dividiu os homens em proprietários e não proprietários. No caso de sociedades antigas como na Grécia e Esparta os homens eram divididos em escravos ou livres; cidadãos e não cidadãos. A escola também surgiu nesta dualidade. A educação dos não proprietários, ou escravos, continuou acontecendo no próprio processo de trabalho. A educação dos que dispunham de tempo livre foi diferenciada centrada nas atividades intelectuais, na arte da palavra, nos exercícios físicos lúdicas ou militares. Surge, então a escola, em grego “lugar de ócio”. 

Na Idade Média, a sociedade se dividia em nobres e servos. As escolas, na Europa, trarão fortemente a marca da Igreja Católica sem que o Estado exerça um papel importante como foi na educação ateniense, romana ou espartana. A escola era restrita aos grupos ligados as classes dominantes e aos religiosos. Os servos tinham a educação ligada aos processos de trabalho. 

A intensificação do comércio, a industrialização, o desenvolvimento científico levaram a estabilização de um novo modo de produção: o capitalismo. Consolidou a divisão de classes em dois tipos aqueles que não detém os modos de produção (que vivem do trabalho); e aqueles que possuem os meios de produção, os proprietários. A educação se configura de modo diferenciado nas duas classes sociais. 

Com o aprofundamento do modo de produção capitalista, o Estado, novamente forjará um papel mais central defendendo uma escola universal, leiga e obrigatória. As máquinas, as novas tecnologias e as demandas produtivas introduziram a necessidade de uma qualificação mínima a escola tratou de se organizar, neste período a formação da classe dos trabalhadores passou a ser feita via escola. A escola era marcada pela dualidade social: uma escola científica, com ênfase na intelectualidade e ciência voltada para as elites e outra escola de cunho profissional para formar e qualificar minimamente uma mão de obra. 

O trabalho e a educação a princípio eram indissociáveis, ou seja, a educação era articulada aos meios de produção. Os meios de produção, formas como produzimos o que necessitamos para viver, foram configurados ao longo do tempo por tecnologias, artefatos, alianças entre grupos de pessoas. Uma modificação central no modo de produção das sociedades primitivas para as antigas foi o estabelecimento de propriedades privadas e a divisão de classes sociais. Neste contexto de desigualdade, surge a escola.

Esta escola se consolida no contexto das modificações profundas advindas do capitalismo. Apesar de já existir na Antiguidade, ou na Idade Média, ela se firma e é ampliada no capitalismo. Este modo de produção transformou outros aspectos da vida e da relação do trabalho: o poder político e econômico não se dava mais somente por herança ou títulos, como no feudalismo, mas nas relações de trabalho. Uma das características ou condições de existência do capitalismo é a desigualdade social e quando pensamos a escola isto deve ser levado em conta. No capitalismo, a escola foi eleita para educar o trabalhador e para formar aqueles que irão pensar sobre os processos de trabalho. A escola também, a exemplo da sociedade, foi dividida em quem executa e quem pensa.

Nos países onde o capitalismo se estabilizou mais precocemente, as escolas se expandiram mais cedo. No Brasil, onde a escravidão se estendeu por muito tempo a escola tardou mais para se generalizar. No Brasil, o capitalismo é chamado de capitalismo tardio.

Na Europa houveram pactos entre a burguesia e o proletariado que deu a este algum poder de negociação e os avanços na educação está entre os elementos deste pacto. No período colonial, o Brasil era predominantemente agrícola e as sociedades agrícolas não demandam uma expansão das escolas. Temos ranços deste período ainda hoje, pois desde as origens de nossa nação as elites tem dificuldade em investir em políticas educacionais. 

O primeiro, digamos programa educacional brasileiro foi instituído por Dom João III que incentivou e facilitou a vinda dos jesuítas ao Brasil para catequisar os índios e oferecer educação para a elite. O ensino era público, pois era financiado e mantido pelos cofres públicos, mas era privado pois era dirigido por uma ordem religiosa.

Anos depois, com a expulsão dos jesuítas, os colégios atendiam exclusivamente a uma parte mínima da população: as elites políticas e aqueles destinados ao clero. Daí em diante, os governos que vieram destinavam muito pouco investimento a educação, fazendo com que a história da educação no Brasil seja uma história de penúria e descaso.

Após o fim da escravidão, houve uma acomodação entre a aristocracia rural e a urbana, e não se estabeleceu nenhum pacto com os trabalhadores que foram negligenciados. Assim a escola não avança em se universalizar.

Já na república, determinou-se a vinculação orçamentária onde os estados tinham que destinar parte de seu orçamento para a instrução. Esta determinação constitucional era frequentemente burlada e descumprida pelos estados. Este período se caracteriza pela expansão da educação clássica e profissional, para atender as demandas tecnológicas que a industrialização impunha. Cabe ressaltar que a formação clássica era destinada quase que exclusivamente a elite, e a formação profissional para a qualificação do trabalhador.

A vinculação orçamentária e a expansão do ensino no Brasil, devido a mudanças políticas frequentes que ocorreram no pais até os anos 80 fizeram com que esta determinação não fosse cumprida.Novamente na Constituição de 88, foi estabelecida a vinculação, porém sem avanços. Previa-se, ainda, a meta de erradicar o analfabetismo e universalizar a escola determinando o prazo de dez anos. Dez anos se passaram e sem cumprir a meta, o governo instituiu o FUNDEF, determinando aspectos sobre o financiamento da educação e determinando um novo prazo para o cumprimento da meta. Em 2006, foi instituído o FUNDEB para substituir o FUNDEF e ampliou para 14 anos o prazo para cumprimento das metas dos anos 80, no caso o prazo foi projetado para 2020.

Paralelamente em 1997 foi publicada a LDB instituindo a década da educação, em 2001 foi aprovado o Plano Nacional da Educação cujo prazo se esgotou em 2011. Assim ainda não resolvemos um problema que os principais países conseguiram resolver no final do século 19.

Hoje discute-se a expansão e a qualidade. Ocorre que ainda hoje não resolvemos o problema do ensino fundamental em termos de qualidade, ainda não erradicamos o analfabetismo, demoramos a universalizar o ensino e mantemos um déficit educacional grande.

Quantitativamente o problema do acesso ao ensino fundamental foi universalizado, entretanto não conseguimos universalizar a sua conclusão. Para manter os alunos na escola o governo criou mecanismos como merenda escolar, bolsa família e escola de tempo integral. Outros mecanismos de cunho pedagógico foram criados como a progressão continuada e o ciclo. Estes mecanismos aumentaram a permanência dos alunos na escola com o preço de não atingirem os objetivos educacionais para o nível de ensino levando muitas crianças a concluírem o ensino fundamental se estarem minimamente alfabetizadas.

Este drama não vai se resolver até que de fato se assume na prática aquilo que é assumido no discurso de que a educação é uma prioridade no país.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O fator escola no desempenho dos alunos

O acesso às escolas no Ensino Fundamental no Brasil tem sido um desafio que ultrapassa os séculos. Embora hoje este desafio esteja mais perto de ser vencido existe uma grande disparidade em relação à qualidade da escola frequentada. Estas diferenças devem-se a fatores físicos, como o prédio e seu estado de conservação, equipamentos, biblioteca, quadras de esportes, laboratórios, etc, mas também envolvem questões relacionadas a gestão, conteúdo e forma de implementação do projeto pedagógico.

Diante disto, pesquisadores (SOARES, 2002) começaram a investigar quais características de uma escola que propicia ao aluno melhores experiências para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e, também, para sua inserção crítica frente a realidade. Neste sentido quais são os fatores que idealmente esta escola deveria possuir?

Considerando que as escolas são organizações sociais, onde a interação entre seus agentes é crucial e, ainda, que cada escola, respeitando sua história, deve procurar seu próprio caminho para prestar um melhor serviço ao seu aluno. Não é o caso, portanto, de se apropriar de resultados de pesquisas como se fossem uma receita a seguir. Mas de pensar quais fatores são importantes para se pensar em uma escola de qualidade.


Esses pressupostos sugerem investigar quais seriam os limites e possibilidades da escola em relação ao desempenho escolar dos alunos, de que forma determinados fatores como estrutura física, clima organizacional, professor, aluno e coordenação determinam as práticas educativas.

A publicação "Escola eficaz: um estudo de caso de três escolas publicas de Belo Horizonte", analisa e avalia o significado e as contribuições do fator escola nos processos educativos e de ensino e aprendizagem de estudantes do ensino fundamental. Descreve elementos presentes na escola que engendram determinadas oportunidades de aprendizagem. Além de buscar uma compreensão de resultados escolares a partir dos processos internos escolares, considerados como fatores que podem interferir no desempenho dos alunos.