segunda-feira, 14 de maio de 2012

Teorias do Desenvolvimento


Resumo das Teorias-chave

Embora poucas posições sejam inteira ou exclusivamente behavioristas ou cognitivistas, essas terminologias são importantes para organizar o conhecimento estudado e orientar quanto ao quadro geral de assuntos importantes para cada autor ou corrente psicológica.

De modo geral as teorias behavioristas investigam as relações entre os estímulos e repostas e as conseqüências do comportamento. Já os cognitivistas lidam mais com conceitos relacionados aos processos mentais envolvidos no ato de aprender: solução de problemas, autoconsciência, memória e linguagem, dentre outros.Abaixo citamos o resumo das principais teorias do desenvolvimento


1. Behavioristas:

Pavlov: condicionamento clássico
O fisiologista russo Ivan P. Pavlov, como resultado de um estudo com cachorros treinados para salivar em resposta a uma campainha, estabeleceu as bases para a maior parte das pesquisas e teorizações a respeito da aprendizagem e a mudança de comportamento. Muitos dos princípios do condicionamento clássico como generalização e extinção, por exemplo, continuam a ser aplicados na psicologia clínica, na educação, na indústria e em muitos outros setores.

Watson: Behaviorismo norte americano
O condicionamento clássico foi abraçado por John B. Watson, que encarava a psicologia como uma ciência que lida com o que observável como o comportamento. Ele defendia que os indivíduos nasciam com um repertório comportamental que consiste em apenas alguns reflexos e que estas respostas iniciais tornam-se condicionadas a outros estímulos por terem sido repetidamente associadas a elas. Foi um porta-voz do “ambientalismo”, a crença de que o ambiente determina a personalidade, a inteligência e todas as outras qualidades humanas.

Gutherie: Aprendizagem em uma única tentativa
Era um behaviorista convicto. O autor afirma que sempre que uma resposta segue-se a um estímulo, o resultado será uma tendência de que a mesma resposta ocorra novamente na próxima vez em que o estímulo for apresentado. Para ele a aprendizagem ocorre na primeira associação de um estímulo e uma resposta, e que a prática adicional não fortalecerá a resposta, embora isso ajude a assegurar que a pessoa ou o animal aprenda-a em outras situações. Embora a aprendizagem ocorra na primeira tentativa é possível remover hábitos indesejáveis aprendendo novos hábitos através de três formas: a fadiga, a abordagem limiar e o método dos estímulos incompatíveis.

Thorndike: Tentativa e Erro e a Lei do Efeito
Introduziu a noção de reforçamento na teoria da aprendizagem contemporânea por meio da lei do efeito. Essa lei diz que a aprendizagem é uma conseqüência do efeito do comportamento, ou seja, as respostas que resultam de uma situação de eventos satisfatórios tendem a ser repetidas. No início defendia também que as situações que causavam aborrecimento ou era desagradáveis teriam o efeito oposto, mas ele rejeitou essa crença após 1930. Antes disso, acreditava que os eventos estímulo-resposta praticados tendiam a se tornar mais ligados, e que aqueles que caiam em desuso tendiam a ser esquecidos (a lei do exercício). Mais tarde o autor rejeitou essa idéia. Para Thorndike, a aprendizagem consiste na formação de vínculos entre estímulos e respostas principalmente em função das respostas. Ele denominou o processo de aprendizagem de gravação e o esquecimento de eliminação. Outras leis subsidiárias foram propostas, dentre elas, a lei de respostas múltiplas: quando confrontadas com uma situação- problema, as pessoas tendem a responder a elas de várias maneiras, até que uma das respostas emitidas é reforçada; em outras palavras, a aprendizagem ocorre por meio de um processo de tentativa e erro. 

Hull: Sistema hipotético-dedutivo
Clark L. Hull levou ao extremo as abordagens científicas de behavioristas como Watson, Gutherie e Thorndike, desenvolvendo um sistema hipotético-dedutivo objetivo e complexo. Ele tentou formalizar todo o conhecimento sobre o comportamento humano para tornar possível prever respostas com base no conhecimento sobre os estímulos. Um dos conceitos centrais de sua teoria é o hábito, uma conexão S-R. Um agrupamento dessas conexões forma uma hierarquia de família de hábitos, estes se relacionam quando tem objetivos comuns (conceito de resposta fracionária antecipatória ao objetivo). Por exemplo, quando um rato lambe os beiços ao virar na última esquina de um labirinto, onde sabe que vai encontrar comida. Estas respostas são importantes porque representam a definição behaviorista de Hull da expectativa ou do propósito e prenunciam preocupações cognitivas importantes.

Skinner: condicionamento operante
Desenvolveu um modelo de condicionamento operante, baseado na noção de que a aprendizagem resulta do reforçamento das respostas emitidas por um organismo. Dentre suas descobertas mais importantes está a que mostra que a aprendizagem é facilitada, nos seus estágios iniciais, pelo reforçamento contínuo, e que a extinção é mais lenta após o reforçamento intermitente. Embora tenha feito várias experiências com animais, muitos de seus resultados são geralmente aplicáveis ao comportamento humano. Uma técnica desenvolvida pelo autor para ensinar comportamentos complexos aos animais (muito empregada por adestradores profissionais) é a modelagem que envolve reforçar aproximações sucessivas do comportamento desejado.
Alguns de seus estudos têm sido extensamente aplicados na educação, na medicina, na publicidade, na psicoterapia e outras atividades humanas. Uma aplicação educacional bem conhecida é a instrução programada – um arranjo deliberado do material para tirar vantagem dos efeitos do reforçamento.

2. Transição para o cognitivismo moderno

Hebb: Neurofisiologia da aprendizagem
Sua proposta é neurofisiológica e de certa forma especulativa, criada para explicar pensamento e aprendizagem pela atividade de neurônios. O pensamento, sugere ele, envolve atividades entre grupos de neurônios dispostos em circuitos fechados (chamados assembléias de células) ou de atividades em arranjos mais complexos de tais circuitos (chamados seqüências de fases). Outro ponto importante na teoria é a idéia de que a transmissão entre neurônios parece ser facilitada pelo resultado do disparo repetido entre eles. Esse fenômeno da atividade neural explicaria a aprendizagem. Uma assembléia de células corresponde a um input sensorial simples (por exemplo, a cor de um objeto ou uma parte de uma de suas dimensões) ao passo que a atividade em uma seqüência de fases corresponde ao objeto. Por meio da aprendizagem, as assembléias de células e as seqüências de fases finalmente adquirem alguma correspondência com o ambiente: uma vez que diferentes partes de um objeto são, em geral, percebidas em contigüidade, as assembléias de células relacionadas aos diferentes aspectos de um objeto estarão relacionados.

Tolman: o comportamento tem um propósito
O sistema de Tolman reflete três crenças básicas: 1) todo comportamento é intencional, assim, o comportamento é dirigido, guiado na direção dos objetivos, não pelos estímulos, mas, sim, pelas cognições, pelo estar consciente. (Essas cognições assumem a forma de expectativas que o organismo desenvolve em relação à recompensa); 2) preocupava-se com os aspectos mais globais do comportamento; 3) defendeu que aquilo que é aprendido como uma função do reforçamento não é uma ligação estimulo - resposta ou uma resposta – reforçamento, mas uma cognição – a consciência de que uma recompensa pode se seguir a certos comportamentos. Essa consciência ou expectativa guia o comportamento fazendo com que a descrição de seu sistema seja conhecida como behaviorismo intencional.

Gestaltistas: O cognitivismo alemão
Representa a transição na história das teorias da aprendizagem: os gestaltistas usaram seres humanos em suas pesquisas, ao passo que os behavioristas empregavam animais. A posição da gestalt é cognitiva por causa de sua preocupação com a percepção e pela sua rejeição às explicações da aprendizagem humana por tentativa e erro. Segundo a gestalt, as pessoas aprendem por insight. A abordagem pode ser sintetizada da seguinte forma: mesmo os objetos físicos não podem ser completamente conhecidos ou compreendidos pela analise de suas partes, pois o “todo é maior do que a soma das partes”, tornou-se o slogan mais conhecido da gestalt. O principal foco da psicologia da gestalt era descobrir as leis que governam a percepção.

3- Cognitivismo moderno:

Jerome Bruner: indo além da informação dada
Sua teoria preocupava-se em explicar fenômenos na percepção, tomada de decisão e no processamento da informação. Um dos pontos centrais é o conceito de “categorizaçao” que implica em tratar os objetos como se fossem equivalentes. Categoria é uma regra para classificar objetos pelas suas propriedades. Bruner devotou muito de sua pesquisa em investigar que estratégias as pessoas utilizavam para classificar estímulos. A abordagem de Bruner para a aprendizagem é baseada na pressuposição de que o valor do que é aprendido pode ser medido por quão bem ele permite ao aprendiz ir além da informação dada e que os conceitos e percepções organizados em sistemas de categorias relacionados entre si permite a resolução de problemas.

Piaget: Desenvolvimento e Adaptação
Piaget descreve o desenvolvimento como a evolução da capacidade da criança para interagir com o mundo de modo cada vez mais apropriado, realista e lógico. Parte de seu trabalho é a descrição de crianças com diferentes estágios de desenvolvimento que ele classificou como: estágio sensório-motor (nascimento aos 2 anos), pré-operacional (2 anos aos 7 anos), operações concretas (7 anos aos 12 anos) e operações formais (12 anos aos 15 anos). Cada estágio precedente é uma preparação para o próximo estágio. Outro aspecto do trabalho de Piaget é a descrição das estratégias biológicas utilizadas pelo homem para se adaptar ao ambiente: assimilação (utilizar capacidades já aprendidas), acomodação (apreender algo novo e modificar o comportamento). O equilíbrio entre o processo de assimilação e acomodação constitui o comportamento adaptativo. Sua contribuição também foi a de apresentar a idéia de que as crianças constroem uma visão de realidade em vez de simplesmente descobri-la ou aprende-la de forma passiva.

Vygotsky: Cultura e Linguagem
Sua teoria dá relevância ao papel da cultura e da linguagem no processo do desenvolvimento cognitivo. A interação social, juntamente com a linguagem que a cultura dá, é o que possibilita o desenvolvimento dos processos mentais superiores: memória, atenção, linguagem e raciocínio. Um conceito central de sua teoria é o da Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), segundo a qual a criança que é capaz de fazer X por si mesma, pode ser capaz de fazer X mais Y com o auxilio de um adulto ou outra criança mais velha. Este Y, aquilo que a criança consegue alcançar com mediação de alguém, é a  Zona de Desenvolvimento Proximal. Uma das implicações para o ensino é de que o bom ensino é aquele que requer que o educador apresente ao aluno tarefas que caiam nesta zona, nem tão simples que possam ser realizadas facilmente, nem tão difíceis que mesmo com auxilio ele seja incapaz de fazê-lo. Mediação é o termo utilizado para definir o tipo de intervenção que o educador deve fazer na apresentação da tarefa e inclui demonstrações, explicação, perguntas norteadoras, sugestões, correções de erros e etc. tudo dentro da ZDP.

Referência:
LEFRANÇOIS, Guy.  Teoria da aprendizagem. São Paulo: Cengage Learning, 2008, 5 ed.
MOREIRA, Marco Antonio. Teorias da aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999

Um comentário:

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