AUTISMO
INFANTIL
Transtorno
definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou
comprometido nas áreas de: interação social,
comunicação e comportamento, que se manifesta antes dos
três anos de idade.
Afeta
de 4 a 10 em cada 10.000 habitantes
Maior
incidência no sexo masculino (4/1)
Forma
particular de reação do sistema nervoso central em
períodos precoces do desenvolvimento.
- CAUSA : Não existe causa única e sim uma série de causasAntes, acreditava-se que a causa provinha de problemas ambientais em específico, relacionado a maternagem (os cuidados familiares da fase inicial de vida da criança), a inabilidade de transferir afeto aos filhos (chamados de pais geladeira). Posteriormente começou-se a buscar as causas biológicas.
- HISTÓRICO
Dois
pesquisadores, no mesmo ano, 1943, identificam o autismo em
crianças:
LEO
KANNER – psiquiatra infantil, austríaco que vivia nos EUA,
identifica e descreve o quadro.
HANS
ASPERGER – médico pediatra, austríaco que vivia em
Viena, cuidava de crianças com problemas psiquiátricos,
apresentou a tese de doutorado “psicopatia autistica”.
A
palavra Autismo vem do termo utilizado na psiquiatria para se referir
a um sintoma da esquizofrenia: o extremo isolamento.
A
maioria dos autores considera Autismo e Síndrome de
Asperger como quadros que representam a mesma condição,
diferindo apenas no que diz respeito ao grau de severidade. A
síndrome de Asperger seria uma forma atenuada, menos severa de
Autismo.
- CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO
Apesar
de ter, em cada caso, peculiaridades que o tornam único,
singular, existem várias características comuns.
O
grau de comprometimento presente em cada autista é tão
variável que se aceita, atualmente, a existência de
várias formas de apresentação.
O
CID-10 (Classificação Internacional de Doenças),
classifica o Autismo no grupo dos Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento: grupo de transtornos caracterizados por
anormalidades qualitativas em interações sociais
recíprocas e em padrões de comunicação e
por um repertório de interesses e atividades restrito,
estereotipado e repetitivo; essas anormalidades qualitativas são
um aspecto invasivo do funcionamento do indivíduo em todas as
situações, embora possam variar em grau; na maioria dos
casos, o desenvolvimento é anormal desde a infância e,
com apenas poucas exceções, as condições
se manifestam nos primeiros cinco anos de vida; é usual, mas
não invariável, haver algum grau de comprometimento
cognitivo, mas os transtornos são definidos em termos do
comportamento que é desviado em relação à
idade mental”.
Sinais
significativos na Interação social
- Ausência ou grande prejuízo de contato visual direto.
- Outros casos, olhar direto exagerado, fixando tão intensamente o olhar no interlocutor que chega a incomodar.
- Não demonstram capacidade para olhar para uma pessoa ou fotografia de pessoa que esteja com os olhos voltados para eles: olham para partes do corpo e evitam a região dos olhos.
- Apresentam expressões faciais pobres e não conseguem compreender as expressões faciais dos outros, comprometendo sua comunicação.
- Não conseguem atribuir à direção do olhar o sentido comunicativo que ela tem.
- Os gestos também estão prejudicados nos autistas, comprometendo ainda mais sua capacidade comunicativa.
- Grande dificuldade ou incapacidade de fazer e manter amigos, (alguns não se importam com isso, outros sofrem com isto).
- Dificuldade de compartilhar prazer e desconforto (isola-se se recusando ao afago; não compartilha alegria)
Sinais
significativos na Comunicação
- Alguns casos há completa ausência de fala, não compensada por formas alternativas de comunicação.
- Naqueles que tem fala, apresentam dificuldades para iniciar e manter uma conversação. A fala pode ser restrita e estereotipada. No meio da frase pode surgir parte de um anúncio ouvido na TV ou a simples repetição de frases ou de palavras isoladas fora do contexto daquele momento.
- Tendência de repetição de frases ou palavras ouvidas – ecolalias mediata (indireta) ou imediata.
- Alguns terminam todas as frases com uma interrogativa outros, dão a impressão de falar com sotaque estrangeiro.
- Aqueles com bom rendimento intelectual, a fala se mostra pedante, usando termos e construções que não são esperadas para uma criança naquela idade.
- A compreensão da fala está é comprometida, apresentando tendência de ter um entendimento literal do que lhes é dito.
Sinais
significativos no Comportamento
- Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividade.
- Frequentemente demonstram intenso interesse em determinada área, dedicando-se exclusivamente a ela. Junto a uma excelente memória visual faz com que sejam tomados, às vezes, por indivíduos superdotados.
- Demonstram forte apego à rotina e tentam fazer de sua vida algo padronizado e repetitivo. Ex.:- podem pedir comida por que está na hora de comer e não porque está com fome. O apego à rotina pode fazer com que uma simples mudança de itinerário, uma tentativa para trocar de roupa, uma colocação de um objeto fora do local de hábito pode desencadear crises que podem chegar a agressões.
- Interesse por partes de um objeto e não pelo objeto no todo.
- Podem ficar imersos em movimentos corporais repetitivos.
- Apresentam inconsistência em atividades e ações: num momento não respondem a estímulos auditivos, podendo parecer surdos e logo depois, podem reagir de forma desproporcional a um pequeno ruído.
Com
a idade, sinais que eram mais visíveis podem deixar de sê-lo
dando lugar a outros.
Não
é incomum quadros depressivos na adolescência.
TRATAMENTO
E EDUCAÇÃO PARA AUTISTAS E CRIANÇAS COM DÉFICITS
RELACIONADOS COM A COMUNICAÇÃO
(T
E A C C H - Treatment and Education of Autistic and related
Communication-handicapped Children)
Origem:
Universidade da Carolina do Norte / década de 70
Objetivo
Aumentar
o funcionamento independente e facilitar a aprendizagem da pessoa
com autismo a partir:
→ do
arranjo ambiental
→ ensino
estruturado e
→ comunicação
alternativa
Princípios:
1. a percepção do autismo como uma incapacidade
orgânica, em que o processamento de informações e
a compreensão do mundo ocorrem de maneira totalmente distinta
da que ocorre nas pessoas não prejudicadas. Assim, o objetivo
principal é a compreensão das implicações
de suas limitações centrais, e assim poder fazer a
ponte entre a percepção destes indivíduos e
aquela compartilhada pelo restante da sociedade;
2.
colaboração entre pais e profissionais; esta
colaboração não só é
estrategicamente forte, como também crucial para a garantia de
programas válidos para cada criança individualmente;
3.
os autistas e suas famílias requerem um "contínuo"
de serviços amplos e duradouros fundamentados nas demandas de
cada comunidade em particular;
4.
Individualização: é a chave para estabelecer
estratégias específicas para habilidades, forças,
interesses e necessidades particulares do indivíduo e sua
família;
5.
um modelo interativo, em que a otimização do tratamento
irá depender de: interações (sob uma ótica
recíproca) entre pais e profissionais, pais/profissional e com
o individuo com autismo, e a avaliação da intervenção
educacional/terapêutica será baseada em A x B, onde A
está no autista - a melhor combinação para
aumentar suas capacidades e conseqüentemente promover a
adaptação e minimizar os problemas comportamentais - e
B no ambiente - as adaptações aplicadas na escola, casa
e comunidade em aceitar e reconhecer as necessidades especiais para
promover a integração (que não pode ser encarada
como "normalização");
6.
um modelo generalizador; em vez de muita concentração
em um aspecto único do aluno ou de uma forma estreita sob
óptica de uma disciplina particular, se faz necessária
uma ampla visão do autismo, das necessidades da pessoa e da
família, concentrando-se na organização da
informação e a prescrição do tratamento
nessas prioridades centrais.
Algumas
metas:
→Organização
das atividades no espaço e no tempo
→Implementação
da rotina tornando o meio mais previsível.
→Estruturação
do ambiente.
→Previsibilidade
do mundo.
Recurso
PECS
- Sistema de Comunicação por Figuras
Endereços
na Internet
Metodologia
T E A C C H
www.cedapbrasil.com.br
PECS
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwPRkU9FGIWyTTiLoubOZJJrTVtb5GD5HU2cM83WiPftI2bdesNUFv8hbcUfLwh5Zj63yYTu9VkdlDCfAPk5nXPviwzvKNpbEdpmk7Mub_wDBNy9OSxLvf8RZHkW2a3PFHq6N1m7-Ysb2q/s1600-h/Picture+2.png
Referencia:
SCHWARTZMAN,
José Salomão. Autismo infantil. São Paulo:
Memnon, 2003
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