segunda-feira, 4 de junho de 2012

Autismo infantil


AUTISMO INFANTIL



Transtorno definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometido nas áreas de: interação social, comunicação e comportamento, que se manifesta antes dos três anos de idade.

Afeta de 4 a 10 em cada 10.000 habitantes

Maior incidência no sexo masculino (4/1)

Forma particular de reação do sistema nervoso central em períodos precoces do desenvolvimento.
  • CAUSA : Não existe causa única e sim uma série de causas
    Antes, acreditava-se que a causa provinha de problemas ambientais em específico, relacionado a maternagem (os cuidados familiares da fase inicial de vida da criança), a inabilidade de transferir afeto aos filhos (chamados de pais geladeira). Posteriormente começou-se a buscar as causas biológicas.
  • HISTÓRICO
Dois pesquisadores, no mesmo ano, 1943, identificam o autismo em crianças:
LEO KANNER – psiquiatra infantil, austríaco que vivia nos EUA, identifica e descreve o quadro.

HANS ASPERGER – médico pediatra, austríaco que vivia em Viena, cuidava de crianças com problemas psiquiátricos, apresentou a tese de doutorado “psicopatia autistica”.

A palavra Autismo vem do termo utilizado na psiquiatria para se referir a um sintoma da esquizofrenia: o extremo isolamento.

A maioria dos autores considera Autismo e Síndrome de Asperger como quadros que representam a mesma condição, diferindo apenas no que diz respeito ao grau de severidade. A síndrome de Asperger seria uma forma atenuada, menos severa de Autismo.


  • CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO
Apesar de ter, em cada caso, peculiaridades que o tornam único, singular, existem várias características comuns.

O grau de comprometimento presente em cada autista é tão variável que se aceita, atualmente, a existência de várias formas de apresentação.

O CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), classifica o Autismo no grupo dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento: grupo de transtornos caracterizados por anormalidades qualitativas em interações sociais recíprocas e em padrões de comunicação e por um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo; essas anormalidades qualitativas são um aspecto invasivo do funcionamento do indivíduo em todas as situações, embora possam variar em grau; na maioria dos casos, o desenvolvimento é anormal desde a infância e, com apenas poucas exceções, as condições se manifestam nos primeiros cinco anos de vida; é usual, mas não invariável, haver algum grau de comprometimento cognitivo, mas os transtornos são definidos em termos do comportamento que é desviado em relação à idade mental”.

Sinais significativos na Interação social
  • Ausência ou grande prejuízo de contato visual direto.
  • Outros casos, olhar direto exagerado, fixando tão intensamente o olhar no interlocutor que chega a incomodar.
  • Não demonstram capacidade para olhar para uma pessoa ou fotografia de pessoa que esteja com os olhos voltados para eles: olham para partes do corpo e evitam a região dos olhos.
  • Apresentam expressões faciais pobres e não conseguem compreender as expressões faciais dos outros, comprometendo sua comunicação.
  • Não conseguem atribuir à direção do olhar o sentido comunicativo que ela tem.
  • Os gestos também estão prejudicados nos autistas, comprometendo ainda mais sua capacidade comunicativa.
  • Grande dificuldade ou incapacidade de fazer e manter amigos, (alguns não se importam com isso, outros sofrem com isto).
  • Dificuldade de compartilhar prazer e desconforto (isola-se se recusando ao afago; não compartilha alegria)

Sinais significativos na Comunicação
  • Alguns casos há completa ausência de fala, não compensada por formas alternativas de comunicação.
  • Naqueles que tem fala, apresentam dificuldades para iniciar e manter uma conversação. A fala pode ser restrita e estereotipada. No meio da frase pode surgir parte de um anúncio ouvido na TV ou a simples repetição de frases ou de palavras isoladas fora do contexto daquele momento.
  • Tendência de repetição de frases ou palavras ouvidas – ecolalias mediata (indireta) ou imediata.
  • Alguns terminam todas as frases com uma interrogativa outros, dão a impressão de falar com sotaque estrangeiro.
  • Aqueles com bom rendimento intelectual, a fala se mostra pedante, usando termos e construções que não são esperadas para uma criança naquela idade.
  • A compreensão da fala está é comprometida, apresentando tendência de ter um entendimento literal do que lhes é dito.

Sinais significativos no Comportamento
  • Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividade.
  • Frequentemente demonstram intenso interesse em determinada área, dedicando-se exclusivamente a ela. Junto a uma excelente memória visual faz com que sejam tomados, às vezes, por indivíduos superdotados.
  • Demonstram forte apego à rotina e tentam fazer de sua vida algo padronizado e repetitivo. Ex.:- podem pedir comida por que está na hora de comer e não porque está com fome. O apego à rotina pode fazer com que uma simples mudança de itinerário, uma tentativa para trocar de roupa, uma colocação de um objeto fora do local de hábito pode desencadear crises que podem chegar a agressões.
  • Interesse por partes de um objeto e não pelo objeto no todo.
  • Podem ficar imersos em movimentos corporais repetitivos.
  • Apresentam inconsistência em atividades e ações: num momento não respondem a estímulos auditivos, podendo parecer surdos e logo depois, podem reagir de forma desproporcional a um pequeno ruído.


Com a idade, sinais que eram mais visíveis podem deixar de sê-lo dando lugar a outros.

Não é incomum quadros depressivos na adolescência.


TRATAMENTO E EDUCAÇÃO PARA AUTISTAS E CRIANÇAS COM DÉFICITS RELACIONADOS COM A COMUNICAÇÃO

(T E A C C H - Treatment and Education of Autistic and related Communication-handicapped Children)

Origem: Universidade da Carolina do Norte / década de 70

Objetivo
Aumentar o funcionamento independente e facilitar a aprendizagem da pessoa com autismo a partir:
do arranjo ambiental
ensino estruturado e
comunicação alternativa

Princípios: 1. a percepção do autismo como uma incapacidade orgânica, em que o processamento de informações e a compreensão do mundo ocorrem de maneira totalmente distinta da que ocorre nas pessoas não prejudicadas. Assim, o objetivo principal é a compreensão das implicações de suas limitações centrais, e assim poder fazer a ponte entre a percepção destes indivíduos e aquela compartilhada pelo restante da sociedade;

2. colaboração entre pais e profissionais; esta colaboração não só é estrategicamente forte, como também crucial para a garantia de programas válidos para cada criança individualmente;

3. os autistas e suas famílias requerem um "contínuo" de serviços amplos e duradouros fundamentados nas demandas de cada comunidade em particular;

4. Individualização: é a chave para estabelecer estratégias específicas para habilidades, forças, interesses e necessidades particulares do indivíduo e sua família;

5. um modelo interativo, em que a otimização do tratamento irá depender de: interações (sob uma ótica recíproca) entre pais e profissionais, pais/profissional e com o individuo com autismo, e a avaliação da intervenção educacional/terapêutica será baseada em A x B, onde A está no autista - a melhor combinação para aumentar suas capacidades e conseqüentemente promover a adaptação e minimizar os problemas comportamentais - e B no ambiente - as adaptações aplicadas na escola, casa e comunidade em aceitar e reconhecer as necessidades especiais para promover a integração (que não pode ser encarada como "normalização");

6. um modelo generalizador; em vez de muita concentração em um aspecto único do aluno ou de uma forma estreita sob óptica de uma disciplina particular, se faz necessária uma ampla visão do autismo, das necessidades da pessoa e da família, concentrando-se na organização da informação e a prescrição do tratamento nessas prioridades centrais.

Algumas metas:
Organização das atividades no espaço e no tempo
Implementação da rotina tornando o meio mais previsível.
Estruturação do ambiente.
Previsibilidade do mundo.

Recurso
PECS - Sistema de Comunicação por Figuras

Endereços na Internet
Metodologia T E A C C H
www.cedapbrasil.com.br

PECS
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Referencia:
SCHWARTZMAN, José Salomão. Autismo infantil. São Paulo: Memnon, 2003

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